A Credibilidade da Bíblia
1.A
FIDEDIGNIDADE E CONFIABILIDADE DAS ESCRITURAS
TÓPICO 1 -
A CONFIRMAÇÃO DO TEXTO HISTÓRICO
1b.
Introdução
Estamos provando aqui não a inspiração,
mas a credibilidade histórica das Escrituras.
Deve-se testar a credibilidade histórica
das Escrituras pelos mesmos critérios usados para testar todos os documentos
históricos.
C. Sanders, em Introduction to Research
in English Literary History (introdução à pesquisa em História da Literatura
Inglesa), relaciona e explica os três princípios básicos da historiografia.
São, a saber, o teste bibliográfico, o teste das evidências internas e o das
evidências externas. 81/143ss.
2b. OTESTE
BIBLIOGRAFICO DA CREDIBILIDADE DO NOVO TESTAMENTO
O teste bibliográfico é um exame da
transmissão textual pela qual os documentos chegam até nós. Em outras palavras,
uma vez que não dispomos dos documentos originais, qual a credibilidade das
cópias que temos em relação ao número de manuscritos e ao intervalo de tempo
transcorrido entre o original e a cópia existente? 64/26
F.E Peters ressalta que "baseando-se
apenas na tradição dos manuscritos, as obras que formam o Novo Testamento dos
cristãos foram os livros antigos mais freqüentemente copiados e mais amplamente
divulgados." 69/50
1c.
EVIDÊNCIAS DOS MANUSCRITOS ACERCA DO NOVO TESTAMENTO
Atualmente sabe-se da existência de mais
de 5.300 manuscritos gregos do Novo Testamento. Acrescentam-se a esse número
mais de 10.000 manuscritos da Vulgata Latina e, pelo menos, 9.300 de outras
antigas versões, e teremos mais de 24.000 cópias de porções do Novo
Testamento.
Nenhum outro documento da história antiga
chega perto desse números e dessa confirmação. Em comparação, a Ilíada de
Homero vem em segundo lugar, com apenas 643 manuscritos que sobreviveram até
hoje. O primeiro texto completo e preservado de Homero data do século treze.
58/145
A seguir apresentamos um quadro
estatístico dos manuscritos remanescentes do Novo Testamento:
Gregos
|
Unciais
|
267
|
|
Minúsculas
|
2.764
|
|
Lecionários
|
2.143
|
|
Papiros
|
88
|
|
Achados
recentes
|
47
|
Manuscritos
|
TOTAL
|
5.309
|
Gregos
existentes
|
Versão
Vulgata Latina
|
Mais de
10.000
|
Etiópico
|
Mais de
2.000
|
Eslavônico
|
4.101
|
Armênio
|
2.587
|
Versão
Siríaca (peshita)
|
Mais de 350
|
Copta
|
100
|
Árabe
|
75
|
Versão
Velha Latina
|
50
|
Anglo -
Saxônico
|
7
|
Gótico
|
6
|
Sogdiano
|
3
|
Siríaco
Antigo
|
2
|
Medo -
Persa
|
2
|
Frâncico
|
1
|
As informações para os gráficos acima
foram extraídas das seguintes fontes:
ALAND, Kurt. Journal of Biblical
Literature (Revista de Literatura Bíblica),v. 87, 1968.
ALAND, Kurt. Kurzgefasste Liste Der
Griegrischen Handschriften Des Neuen Testaments (Breve Lista dos Manuscritos
Gregos do Novo Testamento). W. De Gruyter, 1963.
ALAND, Kurt. "Neue Neutestamentliche
Papyrii III" (Novos Papiros Terceira Parte). In. New Testament Studies
(Estudos do Novo Testamento). Jul. de 1976.
METZGER, Bruce. The Early Versins of the
New Testament As Antigas Versões do Novo Testamento). Oxford: Clarendon
1977.
PARVIS, Merrill M. e WIKGREN, Allen, ed.
New Testament Manuscript Studies (Estudos do Manuscritos do Novo Testamento).
Chicago University of Chicago, 1950.
RHODE, Eroll F. An Annotated List of Amenian
New Testament Manuscripts (Uma Lista Comentada de Manuscritos Armênios do Novo
Testamento). Tóquio: IKEBURO, 1959.
HYATT, J. Phillip. The Bible and Modern
Scholarship (A Bíblia e a Erudição Moderna). A bingdon, 1965.
John Warwick Montgomery afirma que
"ter uma atitude cética quanto ao texto disponível dos livros do Novo
Testamento é permitir que toda a antigüidade clássica se torne desconhecida,
pois nenhum documento da história antiga é tão bem confirmado
bibliograficamente como o Novo Testamento." 64/29
Sir Frederic G. Kenyon, que foi diretor e
bibliotecário - chefe do Museu britânico, reconhecido como uma das maiores
autoridades em manuscritos, diz: "...além da quantidade, os manuscritos do
Novo Testamento diferi das obras dos
autores clássicos em outro aspecto, e mais uma vez a diferença é bem clara.os
livros do Novo Testamento foram escritos na última parte do século primeiro;
com exceção de fragmentos muitos pequenos, os manuscritos mais antigos
existentes são do quarto século - cerca de 250 a 300 anos depois". Cremos
que, em todos os pontos essenciais, temos um texto bastante fiel das sete peças
remanescentes de Sófocles; no entanto, o manuscrito mais antigo e substancioso
de ´Sófocles foi copiado mais de 1.400 anos depois de sua morte."
48/4
Em The Bible and Archaeology (A Bíblia e
a Arqueoloiga), Kekyon afirma: "De modo que o intervalo entre as datas da
composição do original e os mais antigos manuscritos existentes se torna tão
pequeno a ponto de, na prática ser insignificante. Assim, já não há base
qualquer dúvida de que as Escrituras tenham chegado até nós tal como foram
escritas. Pode-se considerar que finalmente estão comprovadas tanto a
autenticidade como a integridade dos livros do Nono Testamento." 46/288
F.J.A. Hort acrescenta, com acerto, que
"na variedade e multiplicidade de provas sobre as quais repousa, o texto
do Novo Testamento destaca-se de um modo absoluto e inigualável entre os textos
em prosa da antigüidade." 43/561
J. Harold Greennlee declara: "...o
número de manuscritos néo - testamentários disponíveis é surpreendentemente
maior do que os de qualquer outra obra da literatura antiga. Em terceiro lugar
os mais antigos manuscritos existentes do Novo Testamento foram escritos numa
data muito mais próxima da composição do texto original do que no caso de
qualquer outro texto da literatura antiga". 37/15
2. O NOVO TESTAMENTO EM COMPARAÇÃO COM OUTRAS
OBRAS DA ANTIGÜIDADE
2a. A
Comparação de manuscritos
Em Merece Confiança o Novo Testamento?,
F.F. Bruce faz comparações entre o Novo Testamento e antigos textos de
história, e apresenta uma descrição marcante a respeito: "Talvez possamos
avaliar melhor quão rico é o Novo Testamento em matéria de evidência
manuscrita, se compararmos o material textual subsistente com outras obras
históricas da antigüidade. O texto das porções existentes das duas grandes
obras históricas de tácito depende totalmente de dois manuscritos, um do século
nono e outro do século onze.
Os manuscritos remanescentes das obras
menores de tácito (Dialogus de Oratoribus (Diálogo sobre os Oradores), Agricola
e Germania) Provêm todos de um códice do século décimo. Conhecemos a história
de Tucídedes (cerca de 460-400 a.C.) a partir de oito manuscritos, dos quais o
mais antigo data de 900 A.D., e de uns poucos fragmentos de papiros, escritos
aproximadamente no início da era cristã. O mesmo se dá com a História de
Heródoto (cerca de 480-425 a.C.). No entanto, nenhum conhecedor profundo dos
clássicos daria ouvidos à tese de que a autenticidade de Heródoto ou Tucídedes
é questionável porque os mais antigos manuscritos de suas obras foram escritos
mais de 1.300 anos depois dos originais." 16/23,24
Em Introduction to New Testament Textual
Criticism (Introdução à crítica Textual do Novo Testamento), Greenlee escreve
acerca do hiato de tempo entre o manuscrito original (o autógrafo) e o
manuscrito existente (a velha cópia remanescente), afirmando que "os mais
antigos e conhecidos dos manuscritos da maioria dos autores gregos clássicos
foram escritos pelo menos mil anos depois da morte do seu autor. O intervalo de
tempo para os escritores latinos é um pouco menor, reduzindo-se a um mínimo de
três séculos no caso de Virgílio. Todavia, no caso do Novo Testamento, dois dos
mais importantes manuscritos foram escritos em prazo não superior a 300 anos
após o Novo Testamento estar completo, e manuscritos virtualmente completos, de
alguns livros do Novo Testamento, bem como manuscritos incompletos, mas longos,
de muitas partes do Novo Testamento, foram copiados em datas tão remotas quanto
um século após serem originalmente escritos." 37/36
Greenlee acrescenta que "uma vez que
os estudiosos aceitam que os escritos dos antigos clássicos são em geral
fidedignos, muito embora os mais antigos manuscritos tenham sido escritos tanto
tempo depois da redação original e o número de manuscritos remanescentes seja,
em muitos casos, tão pequeno, está claro que da mesma forma, fica assegurada a
credibilidade no texto do Novo Testamento ". 37/16
Mesmo em relação aos Anais do famoso
historiador Tácito, no que diz respeito aos seis primeiros livros dessa obra,
ela só sobreviveu devido a um único manuscrito, do século nono. Em 1870 o único
manuscrito conhecido da Epístola a Diogneto, um texto cristão bem antigo que os
compiladores geralmente incluem entre os escritos dos pais Apostólicos,
perdeu-se num incêndio na biblioteca municipal de Estrasburgo. Em contraste com
esses dados estatísticos, o crítico textual do Novo Testamento fica perplexo
diante da riqueza de material disponível ". 62/34
F.F. Bruce declara "No mundo não há
qualquer corpo de literatura antiga que, à semelhança do Novo Testamento,
desfrute uma tão grande riqueza de confirmação textual". 15/178
AUTOR
|
Data do Original
|
Cópia mais Antiga
|
Intervalo em anos
|
N.º de Cópias
|
César
|
100-44
a.C.
|
900 A.D.
|
1.000
|
10
|
Lívio
|
59 a.C.
- 17A.D.
|
|
|
20
|
Platão
|
|
|
|
7
|
(Tetralogias)
|
427 -
347 a.C..
|
900 A.D.
|
1.200
|
|
Tácito
(Anais)
|
.
|
100 A.D.
|
1100
A.D.
|
1.000
|
Obras
|
20(-) 100 A.D.
|
1100
A.D.
|
1.000
|
1
|
Plínio
Jovem
|
|
|
|
|
(História)
|
61 - 113
A.D.
|
850 A.D.
|
750
|
7
|
Tucídedes
|
|
|
|
|
(História)
|
460 -
400 a.C.
|
900 A.D.
|
1.300
|
8
|
Suetônio
|
|
|
|
|
(De Vita
Caesarum)
|
.
|
75 - 160
A.D
|
950 A.D.
|
800
|
Heródoto
|
|
|
|
|
(História)
|
480 -
425 a.C.
|
900 A.D.
|
1.300
|
8
|
Horácio
|
|
|
|
900
|
Sófocles
|
496 -
406 a.C.
|
1000
A.D.
|
1.400
|
193
|
Lucrécio
|
Morto 75 - 160 A.D o
|
|
1.100
|
2
|
Cátulo
|
54 a.C.
|
1550
A.D.
|
1.600
|
3
|
Eurípides
|
480 -
406 a.C.
|
1100
|
1.300
|
200
|
Desmóstenes
|
383 -
322 a.C.
|
1100
A.D.
|
1.300
|
200*
|
Aristóteles
|
384 -
322 a.C.
|
1100
A.D.
|
1.400
|
49+
|
Aristófanes
|
450 -
385 a.C.
|
900 A.D.
|
1.200
|
10
|
* Todos de
uma única cópia
+ De
qualquer obra isolada
2b. A
Comparação Textual
Bruce Metzger comenta: "Dentre todas
as composições literárias escritas pelo povo grego, os poemas homéricos são os
mais adequados para uma comparação com a Bíblia ".61/144 Ele acrescenta:
"Em todo o corpo de literatura antiga, tanto grega como latina, a Ilíada é
a que mais se aproxima do Novo Testamento por possuir a maior quantidade de
testemunho de manuscritos". 61/144
Metzger continua: "Na antigüidade os
homens (1) memorizavam Homero assim como mais tarde iriam memorizar as
Escrituras.(2) Tanto Homero como as Escrituras foram tidos na mais alta estima,
sendo citados na defesa de argumentos acerca do céu, da terra e do Hades. (3)
Homero e a Bíblia serviram de cartilha para diferentes gerações de escolares
que neles aprenderam a ler. (4) Ao redor de ambos cresceu um grande volume de
notas marginais e comentários. (5) Ambos tiveram glossários. (6) Ambos caíram
nas mãos dos alegoristas. (7) Ambos foram imitados e tiveram suplementos - um
com os hinos e escritos homéricos, tais como o Batracomiomáquia, e o outro com
os livros Apócrifos. (8) Homero foi analisado e prosado; o evangelho de João
foi versificado em hêxametros épicos por Nono de Panópolis. (9) Os manuscritos
tanto de Homero como da Bíblia foram ilustrados. (10) As descrições homéricas
apareceram nos murais de Pompéia; as basílicas cristãs foram decoradas com
mosaicos e afrescos de episódios bíblicos". 61/144,145
E.G. Tuner destaca que, sem dúvida
alguma, Homero foi o autor mais lido na antigüidade. 92/97
Geisler e Nix comparam as variações
textuais existentes entre os documentos do Novo Testamento e as obras antigas:
"Em seguida ao Novo Testamento, existem mais manuscritos remanescentes da
Ilíada (643) do que de qualquer outro livro.
Eles prosseguem dizendo que "a
Ilíada tem cerca de 15.600. Há dúvidas sobre apenas 40 linhas (ou 400 palavras)
do Novo Testamento, enquanto que, no caso da Ilíada, questionam-se 764 linhas.
Esses cinco por cento de corrupção textual contrastam-se com o meio por cento
de emendas no texto do Novo Testamento."
No livro Introduction to Textual
Criticism of the Testament (Intrdução à critica do Novo Testamento), Benjamin
Warfield cita a opinião de Ezra Abbot sobre noventa e cinco por cento das
variações textuais do Novo Testamento, afirmando que elas: "... possuem
base tão insignificante... embora haja várias leituras possíveis ; e noventa e
cinco por cento das variações textuais do Novo Testamento, afirmando que elas:
"... possuem base tão insignificante... embora haja várias leituras
possíveis; e noventa e cinco por cento das variações restantes são de
importância tão ínfima que sua aceitação ou rejeição não provocaria qualquer
diferença significativa no sentido das passagens onde elas ocorrem".
100/14
Geisler e Nix fazem a seguinte observação
sobre como são contadas as variações textuais: "É ambíguo dizer que
existem umas 200.000 variantes nos manuscritos existentes do Novo Testamento,
desde que elas dizem respeito apenas 10.000 lugares no Novo Testamento. Se uma
única palavra é escrita de modo errado em 3.000 manuscritos, isso é contado
como sendo 3.000 variantes ou leituras". 32/361
Fenton John Anthony Hort, que passou a
vida lidando com manuscritos diz: "É bem grande a proporção de palavras
que, sem que haja qualquer dúvida sobre elas, são virtualmente aceitas em todos
os manuscritos.
"Se os princípios seguidos nesta
edição estão corretos, pode-se reduzir bastante esse número. Reconhecendo
plenamente o dever de nos abstermos de decisões categóricas, em casos em que os
dados deixam em suspenso o julgamento entre duas ou mais leituras, descobrimos
que, pondo de lado as diferenças de ortografia, em nossa opinião as palavras
ainda sujeitas a dúvida constituem cerca de seis por cento de todo o Novo
Testamento.
Um estudo cuidadoso das variações (ou
leituras diferentes) dos várias manuscritos mais antigos revela que nenhuma
delas afeta uma única doutrina das Escrituras. O sistema de verdades
espirituais contido no texto hebraico geralmente aceita do Antigo Testamento
não é alterado nem deturpado por qualquer uma das diferentes leituras
encontradas nos manuscritos hebraicos de datas mais antigas e que foram
descobertas nas cavernas do mar Morto ou em qualquer outro lugar.
Benjamin Warfield disse: "Se
compararmos a situação atual do texto do Novo Testamento com a de qualquer
outro escrito antigo, precisaremos declarar que o texto é maravilhosamente
correto, tão grande é o cuidado com que o Novo
Testamento tem sido copiado - um cuidado que, sem dúvida alguma, é fruto
de uma verdadeira reverência para com suas santas palavras - tão grande tem
sido a providência de Deus em preservar para a sua igreja em todas as épocas um
texto suficientemente exato, que o Novo Testamento não tem rival entre os
escritos antigos, não apenas em termos de pureza de texto pela maneira como foi
transmitido e mantido em uso, como também em termos de abundância de
testemunhos, os quais chegaram até nós para corrigir falhas relativamente
esporádicas." 100/12,13
2c.
CRONOLOGIA DE IMPORTANTES MANUSCRITOS DO NOVO TESTAMENTO
Métodos de Datação: Alguns dos fatores
que ajudam a determinar a idade dos manuscritos são: 32/242 - 246
1)Materiais
5) Ornamentação
2)Tamanho
e forma das letras
6) Cor da tinta
3)Pontuação
7) Textura e cor do pergaminho
4)Divisões
do texto
O manuscrito de John Rylands (130 A.D.)
encontra-se na biblioteca John Rylands, na cidade de Manchester, na inglaterra,
e é o mais antigo fragmento existente do Novo Testamento.
Bruce Metzger fala de uma crítica
abandonada: "Caso se tivesse conhecido esse pequeno fragmento durante
meadas do século passado, aquela escola de crítica do Novo Testamento, a qual
foi inspirada pelo brilhante professor de Tubinga, Ferdinand Chriastian Baur,
não poderia Ter defendido que o quarto Evangelho só foi escrito por volta de
160 A.D." 62/39
No antigo "Zur Datierung des Papyrus
Bodmer II (P.66)" (A Respeito da Datação do Papiro Bodmer II) (In:
Anzeiger Der Osterreichischen Akademie Der Wissenschaften (Informativo da
Academia Austríaca de Ciências) n 4, 1960, p. 12033), "Herbert Hunger,
diretor das coleções papirológicas da Biblioteca Nacional de Viena, atribui ao
papiro 66 uma data anterior, meados do século segundo, ou até mesmo a primeira
metade desse século; veja o artigo que ele escreveu." 62/39,40
O códice Vaticano (325 - 350 A.D.),
situado na Biblioteca do Vaticano, contém quase toda a Bíblia.
O códice Sinaítico (350 A.D.) encontra-se
no Museu Britânico. Esse manuscrito, que contém quase todo o Novo Testamento e
mais da metade do Antigo Testamento, foi descoberto em 1859, no mosteiro do
Monte Sinai pelo Dr. Constantin von Tischendorf, sendo presenteado ao Czar da
Rússia pelo mosteiro. Posteriormente, no dia de Natal de 1933, o povo e o
governo britânicos o adquiriram da União Soviética por 100.000 libras.
Em 1853, uma Segunda visita de
Tischendorf ao mosteiro não resultou em novos manuscritos porque os monges
estavam desconfiados devido ao entusiasmo que Tischendorf demonstrava diante do
manuscrito que vira por ocasião de sua primeira visita, em 1844. Escondendo
suas emoções, Tischendorf casualmente pediu permissão para examiná-lo mais
vagarosamente aquela noite. Com a permissão concedida e tendo-se retirado para
seu quarto, Tischendorf passou a noite toda tendo prazer de estudar o
manuscrito - pois, como escreveu em seu diário (que, sendo um erudito, mantinha
em latim), quippe dormire nefas videbatur (' na verdade, dormir parecia um
sacrilégio ')! Logo descobriu que o documento continha muito mais do que ele
até mesmo esperara; pois não apenas a maior parte do Antigo Testamento estava
ali, como também o Novo Testamento estava intacto e em excelentes condições,
havendo também duas antigas obras cristãs do segundo século, a Epístola de
Barnabé (anteriormente conhecida só através de uma tradução latina bem
deficiente) e uma grande porção de Pastor de Hermes, obra até então só
conhecida de nome".
2d. A
CREDIBILIDADE DOS MANUSCRITOS APOIADA POR VÁRIAS TRADUÇÕES
As traduções antigas constituem um outro
forte apoio em favor do testemunho e exatidão dos textos. Em sua maior parte,
"raramente a literatura antiga era traduzida para um outro idioma".
37/45
"As primeiras versões do Novo
Testamento foram preparados por missionários, para auxiliarem na propagação da
fé cristã entre os povos cujas línguas nativas eram siríaco, o latim ou o
copta." 62/67
As versões (traduções) do Novo Testamento
em siríaco e em latim foram feitas por volta de 150 A.D. Isso nos deixa bem
próximos da época da composição dos originais.
Existem mais de 15.000 cópias de várias
versões
1 .a
Versões siríacas
A velha versão siríaca contém os quatro
evangelhos, copiada por volta do século quarto. É preciso explicar que
"siríaca é o nome geralmente dado ao aramaico cristão. É escrito numa
variação distinta do alfabeto aramaico". 15/193
Teodoro de Mopsuéstia (século quinto)
escreveu: "Foi traduzida para
línguas dos sírios". 15/193
Peshita. O sentido básico dessa palavra é
"simples". Foi a versão padrão, preparada por volta de 150-250 A.D.
Hoje existe mais de 350 manuscritos conhecidos, copiados no século quinto.
32/317
Siríaca Palestinense. A maioria dos estudiosos
atribuem a essa versão a data de aproximadamente 400-450 A.D. (século quinto).
62/68-71
2b.
Versões Latinas
Velha Latina. Existem testemunhas, a
partir do século quarto até o século treze, de que, no século terceiro,
"uma velha versão latina circulou no norte da África e na Europa..."
Velha Latina Africana (códice Bobbiense)
400 A.D. Metzger diz que ".E.A. Lowe revela indícios paleográficos de Ter
sido copiada de um papiro do século segundo". 62/72-74
O Códice Corbiense (400-500 A.D.) contém
os quatro evangelhos.
Códice Vercelense (360 A.D.).
Códice Palatino (século quinto A.D.).
Vulgata Latina (vulgata é palvra que
significa "comum" ou "popular"). Jerônimo era secretário de
Damásio, bispo de Roma. Entre 366 e 384, Jerônimo atendeu a um pedido do bispo
para que preparasse uma versão. 15/201
2c. Verões
Coptas (ou Egípcias)
F.F. Bruce escreveu que é próvavel que a
primeira versão egípcia foi traduzida no século terceiro ou quarto. 15/214
Bohaírica. Rodalphe Kasser, que editou o
texto impresso dessa versão, calcula que ela deve datar do século quarto. 37/50
2d. Outras
versões Antigas
Armênia (a partir de 400. A.D.). Parecer
Ter sido traduzido de uma Bíblia em grego obtida em Constantinopla.
Gótica. Século quarto. Geórgica. Século quinto.
Etiópica. Século sexto.
Núbia. Século sexto.
1.A
CREDIBILIDADE DOS MANUSCRITOS APOIADA
PELOS
PRIMEIROS PAIS DA IGREJA
A Enciclopédia Britânica afirma:
"Após Ter examinado os manuscritos e versões, crítico textual ainda assim
não esgotou o estudo das provas em favor do texto do Novo Testamento.
Freqüentemente os escritos dos primeiros pais da igreja refletem uma forma de
texto diferente da de um ou outro manuscrito... os testemunhos que dão do
texto, especialmente quando corroboram leituras oriundas de outras fontes, são
algo que o crítico textual deve consultar antes de formar juízo a
respeito". 25/579
Em refência às citações em comentários,
sermões, etc. , Bruce Metzger reitera a declaração acima, dizendo: "De
fato, essas citações são tão vastas que, se todas as demais fontes de
conhecimento sobre o texto do Novo Testamento fossem destruídas, sozinhas essas
citações seriam suficientes para a reconstituição de praticamente todo o Novo
Testamento". 62/86
Após uma prolongada investigação,
Darlymple chegou à seguinte conclusão: "Veja aqueles livros. Você se
lembra da pergunta que me fez sobre o Novo Testamento e os pais? Aquela
pergunta despertou a minha curiosidade, e, como eu conhecia todas as obras
existentes dos pais do segundo e terceiro séculos, comecei a pesquisar e, até agora, já encontrei todo o Novo Testamento, com exceção de onze
versículos". 58/35,36
Uma advertência: Joseph Angus, em História,
Doutrina e Interpretação da Bíblia ; Rio de Janeiro: Casa Publicadora Batista,
1971,1953. 2 vol., apresenta algumas limitações dos escritos patrísticos
antigos:
1.Às
vezes se fazem citações sem exatidão verbal.
2.Alguns
copistas tinham tendências para erros ou para alterações intencionais.
Clemente de Roma (95 A.D.). Origines, em
De Principus (sobre o principio), livro II, capítulo 3 , chama-o de discípulo
dos apóstolos. 8/28
Irineu, prossegue, em Contra Heresias,
livro III, capítulo 3, dizendo que "ainda tinha o ensino dos apóstolos
ecoando em seus ouvidos e a doutrina deles diante de seus olhos". Ele faz
citações de:
Mateus 1Coríntios
Marcos 1Pedro
Lucas Hebreus
Atos
Tito
Inácio (70-110 A.D.)foi bispo de
Antioquia e foi martirizado, tendo conhecido bem os apóstolos. Suas sete cartas
contêm citações de:
Mateus Efésios 1 e 2 Tessalonicenses
João Filipenses 1 e 2 Timóteo
Atos Gálatas 1 Pedro
Romanos Colossenses
1Coríntios Tiago
Policarpo (70-156 A.D.), martirizado aos
86 anos de idade, foi bispo de Esmirna e discípulo do apóstolo João.
Entre outros que também citaram o Novo
Testamento encontram-se Barnabé (cerca de 70 A.D.), Hermas (cerca de 95 A.D.),
Taciano (cerca de 170 A.D.) e Irineu (cerca de170 A.D.).
Clemente de Alexandra (150-212 A.D.).
Dentre as citações que faz, 2.4000 são do Novo Testamento. Ele cita todos os
livros, com exceção de três.
Tertuliano (160-220 A.D.) foi presbítero
da igreja em Cartago, tendo citado mais de 7.000 vezes o Novo Testamento, das
quais 3.800 são citações dos Evangelhos.
Hipólito (170-235 A.D.) faz mais de 1.300
referências ao Novo Testamento.
Justino Mártir (133 A.D.) combateu o
herege Marcião.
Geisler e Nix acertadamente concluem
dizendo que, "a esta altura, um rápido apanhado estatístico mostrará a
existência de umas 32.000 citações do Novo Testamento feitas até a época do
concílio de Nicéia (325 A.D.). Essas 32.000 são apenas um número parcial, e nem
mesmo incluem os escritores do século quarto. Apenas acrescentando-se as
citações feitas por um outro escritor, Eusébio, que escreveu prolificamente num
período que vai até o concílio de Nicéia, teremos o total de citações do Novo
Testamento aumentando para mais de 36.000". 32/353,354
A todos esse ainda se pode acrescentar os
nomes de Agostinho, Amábio, Latâncio, Crisostomo, Jerônimo, Gaio Romano,
Atanásio, Ambrosósio de Milão, Cirilo, de Alexandria, Efraim o Sírio, Hilário
de Poitiers, Gregório de Nissa, etc.
Sobre as citações patrísticas do Novo
Testamento, Leo Jaganay escreve: "Dentro as volumosas obras de material
não publicado que o deão Burgon deixou ao morrer, destaca-se o índice de
citações do Novo Testamento, feitas pelos pais da igreja antiga. Consiste de
dezesseis espessos volumes que se encontram no Museu Britânico, e contém 86.489
citações". 44/48
CITAÇÕES PATRÍSTICAS DO NOVO TESTAMENTO
ESCRITOR
|
Evangelhos
|
Atos
|
Epístolas
Paulinas
|
Epístolas
Gerais
|
Apocalipse
|
Total
|
Justino
Mártir
|
268
|
10
|
43
|
6
|
3 266 alusões
|
330
|
Irineu
|
1.038
|
194
|
499
|
23
|
65
|
1.819
|
Clemente de
Alex.
|
1.017
|
44
|
1.127
|
207
|
11
|
2.406
|
Orígenes
|
9.231
|
349
|
7.778
|
399
|
165
|
17.992
|
Tertuliano
|
3.822
|
502
|
2.609
|
120
|
205
|
7.258
|
Hipólito
|
734
|
42
|
387
|
27
|
188
|
1.378
|
Eusébio
|
3.258
|
211
|
1.592
|
88
|
27
|
5.176
|
Totais
|
19.368
|
1.352
|
14.035
|
870
|
664
|
36.289
|
*14/357
|
1b. A
CREDIBILIDADE DOS MANUSCRITOS APOIADA PELOS LECIONÁRIOS
Essa é uma grandemente negligenciada, e,
no entanto, o segundo maior grupo de manuscritos gregos do Novo Testamento é o
dos lecionários.
Bruce Metzger explica a origem dos
lecionários: "Seguindo o costume das sinagogas, mediante o qual em todos
os sábados, por ocasião do culto religioso, liam-se trechos da lei e dos
profetas, a igreja Cristã adotou a prática de ler trechos do Novo Testamento
por ocasião dos cultos. Desenvolveu-se um sistema regular de lições dos
Evangelhos e das Epístolas, e surgiu o costume de prepará-las de acordo com uma
ordem fixa de domingos e outros dias santificados do ano cristão". 62/30
Em geral, os lecionários refletiam uma
atitude bem conservadora e utilizavam textos mais antigos. Isto os torna muito
valiosos na crítica textual. 62/31
CONCLUSÃO
Como foi estudado, o cânon surgiu para
que houvesse uma separação entre o certo e o errado. Pois não podemos viver-nos
indecisos? Não é verdade? Então a questão do cânon, que significa, regra de fé,
apareceu, surgiu, para que falasse não só a igreja, mais as pessoas, acerca de
que quias livros da Bíblia, das Santas Escrituras, foram realmente inspiradas,
feitos por uma autoridade divina. Mais não foi só isso não; para que tudo finalizasse
bem (em relação aos livros), a igreja
precisou de muita luta. Os pais da igreja (os lideres questionaram muito sobre
isso. Pois se podia dizer que um livro era canônico mediante alguns critérios,
como por exemplo: Foi preciso provar que tal livro possuía autoridade e era
dinâmico; como nós sabemos muito bem que a Bíblia tem o poder, autoridade de
salvar vidas.
Se ele era digno de confiança a aBíblia
fala mesmo a verdade? Podemos nós seguir-mos o que está escrito na Bíblia? Seus
ensinamentos (como o de Paulo) possuem
mesmo confiança? Enfim era preciso que fosse lido, guardado, usado e
principalmente aceito pelo povo.
Outra questão também que envolvia os
livros da Bíblia; foi aquestão do Novo Testamento. A onde foi preciso provar se
tal livro possuía inspiração e era apóstolico. Pois nós sabemos muito bem que a
maioria das cartas relacionadas a igreja foram escritos pelos apóstolos do
Senhor, que eram homens dotados pelo Espírito Santo; pelo qual eles foram
guiados a escrever somente a verdad. Então o que foi questionado foi o
seguinte: So se era considerado o livro (como as épistolas de Paulo aos
Hebreus), caso fosse provado que foi Paulo realmente que escrevera. Caso
contrário não era apóstolica, nem muito menos canônico.
Enfim até os políicos perseguirem a
igreja a respeito da canonicidade dos livros.
Vimos também o aparecimento, o
crescimento de outros livros daBíblia considerados como (apócrifos-falsos). Daí
surge a questão:”E os católicos? A onde ficam nessa história. Será que só os
cristões tem razão? Somente os livros da Bíblia deles falam a verdade? Mas é a
partir daí que surgiram as brigas; quanto mais a igreja católica afirmava que a
nossa Bíblia é que era falsa, mais surgiam-se os falsos livros. Mais tudo isso
resultou-se no seguinte: Até hoje os 66 livros constados na Bíblia dos
evangélicos é que são oficialmente oficializados como canônicos; e não os 7 a
mais da Bíblia dos católicos. Que por sinal em um dos seus livros apócrifos, o
próprio autor pede perdâo pelo que escreve.
Enfim resumidamente essas foram as
questões que envolveram a canoicidade dos livros. Sabendo-se que tanto como o
livro do Antigo como o do Novo são considerados até hoje como livros inspirados
e Sagrados por Deus. E que cabe a nós, seguidores e ouvintes da palavra,
dar-mos glória a Deus por por tudo que esses livros pôde e pode trazer a
nós.
BIBLIOGRAFIAS:
A
Bíblia Através dos Séculos - Antônio gilberto
Introdução
Bíblica - Norman Geisler
Enciclópedia
Bíblica
Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia - R. N Champlin, Ph.D
J. M. Bentes